No dia 5 de setembro de 2025, a Equipe Claretiana das Nações Unidas, em colaboração com a Prefeitura Geral da Pastoral da Juventude e Vocações, sediou o Diálogo Claretiano sobre Juventude e Futuras Gerações. Este foi o terceiro da série Claretiana da ONU, após os diálogos anteriores sobre Transformação da Educação e Finanças para o Desenvolvimento. O evento convidou jovens claretianos de diferentes regiões do mundo a refletir sobre seu papel no enfrentamento dos desafios globais da atualidade e sua responsabilidade para com as gerações futuras.
O Padre Rohan Dominic, CMF, deu as boas-vindas aos participantes. A conversa foi inspirada principalmente no Pacto para o Futuro da ONU e na Declaração sobre as Gerações Futuras, juntamente com os apelos do Papa Francisco e do Papa Leão XIV aos jovens, incentivando-os a acreditar em um mundo melhor e a serem construtores de pontes entre gerações e culturas.
A conversa foi moderada pelo Pe. Gabriel Ponce, CMF, Procurador Geral de Missões e Secretário da Proclade Internacional, que orientou um diversificado painel de nove jovens, representando as conferências: Nangobi Maria Madalena (Uganda), Cyril Bua Kang (Camarões), Anna Clarissa D. Aves (Filipinas), Eusebia Phawa (Índia), Vítor Emanuel Magalhães Barbosa CMF (Portugal), Eduardo José Hernández Morales (Guatemala), Almalyn Ignacio (Filipinas), José Nekha K. (Índia) e Carmen García Babío (Espanha).
O diálogo se desenrolou em três rodadas. A primeira destacou a lacuna entre as promessas ambiciosas dos acordos internacionais e as realidades vividas pelos jovens que ainda enfrentam exclusão, desemprego e degradação ecológica. Os participantes insistiram que os jovens devem ir além da presença simbólica em direção à influência real na tomada de decisões por meio de conselhos e redes com autoridade genuína. A segunda rodada aprofundou a reflexão, defendendo uma abordagem integral da ecologia que conecte o cuidado com a criação com a justiça para os pobres e vulneráveis, e a participação institucionalizada dos jovens em todos os níveis de governança.
A terceira rodada avançou para compromissos concretos. Entre as propostas levantadas estavam a criação de ouvidorias nacionais para as gerações futuras, Comissários para as Gerações Futuras com o poder de revisar políticas, conselhos ambientais liderados por jovens, pactos intergeracionais sobre dívida climática e a elaboração de uma Carta Global dos Direitos Digitais da Juventude. Os participantes também recomendaram auditorias ecológicas e éticas na educação, espaços digitais seguros e éticos e a nomeação de embaixadores intergeracionais para o desenvolvimento sustentável, que integrem fé, ética e governança.
Em suas considerações finais, o Pe. Carlos Verga, CMF, Prefeito Geral da Pastoral Juvenil e Vocacional, agradeceu aos jovens por sua coragem e paixão. Ele enfatizou que a fé não pode ser separada das lutas da vida e conclamou os claretianos a “construírem pontes que conectem gerações, culturas e mundos”. Afirmou que esta conversa mostrou os jovens como protagonistas da história, peregrinos da esperança comprometidos com a justiça, a inclusão e a paz.
O Diálogo Claretiano sobre Jovens e Gerações Futuras encerrou-se com um compromisso renovado: o futuro não é uma promessa distante, mas uma responsabilidade a ser vivida hoje. Ao unir a visão espiritual da Igreja e as estruturas globais de justiça e sustentabilidade, os claretianos e os jovens comprometeram-se a salvaguardar a criação e a garantir um mundo justo e esperançoso para as gerações futuras.


