Diretamente da Amazônia, os claretianos se unem à ação global por um futuro climático justo

Nov 28, 2025 | Brasil, Presença na ONU

A COP30 fez história mesmo antes de começar. Realizada pela primeira vez na Amazônia, a cúpula climática da ONU reuniu mais de 56 mil participantes em Belém, transformando a cidade em um polo global para justiça climática, direitos indígenas e proteção ambiental. A Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP30) aconteceu em Belém, Brasil, de 10 a 21 de novembro.

Esta COP pertenceu claramente ao Sul Global. A Presidência brasileira estruturou a cúpula em torno do mutirão — um esforço coletivo — impulsionando as negociações rumo à implementação, ao financiamento e à proteção florestal. Contudo, divergências sobre combustíveis fósseis, regras comerciais e prestação de contas moldaram as conversas, resultando no “Pacote Belém” final, ambicioso no tom, mas cauteloso nos compromissos. Ainda assim, a Amazônia ofereceu algo poderoso: uma voz moral unificada.

Igreja Católica se mobiliza

A Igreja Católica emergiu como um dos atores mais visíveis na COP30. Mais de 100 representantes católicos, incluindo vários cardeais e mais de 40 bispos, participaram de compromissos públicos. Essa presença coordenada, a mais forte já vista em uma COP, foi resultado de meses de preparação no Brasil, na América Latina e em outros países do Sul Global.

Um momento decisivo ocorreu quando os presidentes das três conferências episcopais continentais do Sul Global compareceram juntos. O Cardeal Filipe Neri Ferrão, da Ásia, o Cardeal Fridolin Ambongo, da África, e o Cardeal Jaime Spengler, da América Latina e Caribe, apresentaram uma mensagem conjunta intitulada “Um Apelo à Justiça Climática e à Casa Comum”. O apelo instava os governos a protegerem as florestas, a garantirem um financiamento climático justo e a rejeitarem falsas soluções. A mensagem ressoou fortemente em Belém, amplificada pelas comunidades que já enfrentam as consequências diárias da crise climática.

Poucos dias antes, o Papa Leão XIV discursou na COP30 por meio do Cardeal Pietro Parolin, chamando a emergência ecológica de “um teste espiritual e moral para a humanidade” e exortando as nações a traduzirem suas palavras em ações concretas. A presença da Igreja também se estendeu às ruas, onde a “Vigília pela Terra”, um evento inter-religioso, reuniu centenas de pessoas em oração, reflexão, marcha pública e um apelo conjunto por justiça climática.

Claretianos: Preparados Antes, Visíveis Durante

A Proclade International (Claretians) chegou à COP30 após meses de preparação. Muito antes de os delegados chegarem a Belém, eles organizaram um webinar global em agosto, divulgaram reflexões sobre a contagem regressiva, compartilharam materiais de formação e distribuíram o Proclade Policy Brief, que delineava as expectativas para a cúpula, centradas na justiça.

Em Belém, a Proclade Internacional esteve representada presencialmente pelo Padre Rohan Dominic, da Equipe Claretiana da ONU em Nova Iorque, pelo Irmão Joel Gaspar Beltrami, da Província do Brasil, e pela Profa. Deusdedith Ferreira Araújo, também da Província do Brasil. Eles foram acompanhados por nove participantes virtuais que acompanharam de perto as negociações e os eventos paralelos.

A delegação manteve-se ativa durante toda a cúpula. Organizaram um evento paralelo com organizações parceiras e trabalharam em estreita colaboração com a Rede de Atores Católicos para o Clima e o Meio Ambiente (NCCEA), interagindo com a Delegação da Santa Sé e colaborando com grupos católicos e da sociedade civil. Os claretianos também contribuíram para o grupo temático da NCCEA sobre educação, defendendo um compromisso mais forte com a educação ecológica.

A Equipe Claretiana da ONU emitia boletins diários — treze no total — resumindo os acontecimentos das salas de negociação, protestos, eventos paralelos e atividades da Igreja. Essas atualizações conectavam milhares de claretianos ao redor do mundo aos eventos que se desenrolavam na Amazônia.

Resultados da COP30 e o Caminho a Seguir

A cúpula terminou com reações mistas. Os países concordaram em trabalhar para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, expandir o financiamento para adaptação e fortalecer o Fundo de Perdas e Danos. O Programa de Trabalho para uma Transição Justa também avançou. No entanto, os negociadores evitaram qualquer menção à eliminação gradual dos combustíveis fósseis, uma omissão que decepcionou profundamente os pequenos estados insulares, as comunidades afetadas, os movimentos juvenis e muitas organizações da sociedade civil. As Sete Demandas Claretianas haviam destacado a eliminação gradual dos combustíveis fósseis como a principal prioridade.

As atenções se voltam agora para a COP31 em Antalya, na Turquia, onde os governos serão pressionados a transformar os compromissos de Belém em ações concretas. Para os Missionários Claretianos, o caminho a seguir é claro: o trabalho continua em aldeias, paróquias, casas de formação, postos missionários, salas de aula e espaços internacionais de defesa dos direitos humanos. A COP30 não foi um destino, mas mais um passo na missão claretiana de defender a vida, apoiar os pobres e cuidar da nossa casa comum.

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