Blue Zone Side Event at COP30 on November 11
Um evento paralelo da Zona Azul, intitulado “Respondendo ao Apelo das Conferências Episcopais Católicas do Sul Global por Justiça Climática”, com grande participação, ocorreu em 11 de novembro na COP30 em Belém. O encontro reuniu líderes da Igreja, representantes indígenas, jovens defensores e organizações da sociedade civil para refletir sobre a urgência moral da crise climática. O evento também marcou um importante marco para a Proclade International, que organizou seu primeiro evento paralelo em um fórum internacional, liderando a organização com o patrocínio da VIVAT International, Irmãs Maryknoll, Irmãs Missionárias Médicas, Caritas-Canadá e KAIROS-Canadá.
O evento teve como base o documento episcopal “Mensagem das Conferências e Conselhos Episcopais Católicos da África, Ásia, América Latina e Caribe por ocasião da COP30: Um apelo à justiça climática e à casa comum — conversão ecológica, transformação e resistência a falsas soluções” (junho de 2025). Essa mensagem enquadra a crise climática como uma emergência moral, espiritual e civilizacional, e clama por uma genuína conversão ecológica e pela rejeição de falsas soluções.
O moderador Dean Detloff abriu a sessão bilíngue reconhecendo a liderança do Cardeal Philip Neri, Presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC); do Cardeal Jaime Spengler, Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM); e do Cardeal Fridolin Ambongo Besungu, Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM). A colaboração entre eles fortaleceu a voz moral unificada dos bispos em todo o Sul Global.
O primeiro painel contou com a participação do Cardeal Pablo Virgilio David, Bispo de Kalookan, nas Filipinas, Vice-Presidente da FABC e Presidente da Conferência Episcopal Católica das Filipinas; do Bispo Léonard Ndjadi Ndjate, Bispo Auxiliar de Kisangani, na República Democrática do Congo; e da Irmã Rosita Sida-Smith, Secretária Executiva da Rede Eclesial do Gran Chaco e do Aquífero Guarani. Partindo das experiências de suas regiões e da mensagem dos bispos de junho de 2025, eles abordaram os impactos devastadores das indústrias extrativas, do desmatamento e da seca. Rejeitaram falsas soluções climáticas, como mercados de carbono, compensações e geoengenharia, e defenderam uma eliminação gradual e verificável dos combustíveis fósseis, apoiada por financiamento climático centrado na justiça. Sua liderança tem sido essencial na articulação dos imperativos éticos da justiça climática a partir das regiões que suportam os maiores fardos ecológicos. Enfatizaram também a proteção dos territórios indígenas e a soberania alimentar como elementos centrais da justiça climática.
O segundo painel reuniu a Irmã Imaculada Tusingwire, das Irmãs Missionárias Médicas (Uganda), Sasquia Antúnez Pineda, de Honduras, e Lidy Nacpil, do Movimento dos Povos Asiáticos sobre Dívida e Desenvolvimento (Filipinas). Elas refletiram sobre as dimensões espirituais e comunitárias do cuidado ecológico e destacaram as experiências de jovens e movimentos sociais. Suas intervenções enfatizaram a necessidade de governança comunitária e apelaram ao Norte Global para que honre sua dívida ecológica por meio de doações, e não de empréstimos.
Expressões de solidariedade foram oferecidas pelo Cardeal Ladislav Nemet, Arcebispo de Belgrado (Sérvia), e pelo Bispo Jon Hansen, Bispo de Mackenzie-Fort Smith (Canadá). Ambos reafirmaram o compromisso da Igreja no Norte Global em caminhar ao lado das comunidades do Sul Global na luta pela justiça climática.
Os participantes descreveram o evento paralelo como um momento “kairós” — uma oportunidade decisiva que exige conversão ecológica e um compromisso global renovado, fundamentado na justiça, na verdade e na solidariedade com os mais vulneráveis. Para a Proclade International, o momento representou um passo importante para amplificar as vozes do Sul Global na COP30 e fortalecer a colaboração entre os continentes no cuidado com nossa casa comum.
Fonte: Rohan Dominic, CMF, Representante Claretiano na ONU
